terça-feira, março 04, 2008

Psicólogos do FC Porto e do Benfica recomendam acções formativas durante os estágios das selecções jovens

Os psicólogos Ângelo Santos, FC Porto, e Pedro Almeida, Benfica, recomendaram hoje a existência de actividades formativas para os jogadores convocados para estágios das selecções nacionais dos escalões de formação. “A Federação Portuguesa de Futebol deve estar preparada para dar alguma formação, nem que seja com actividades extracurriculares durante estágios e competições internacionais”, sustentou Ângelo Santos, durante uma mesa redonda integrada na III Semana da Psicologia do Desporto e do Exercício, em Rio Maior, questionando: “Onde está a responsabilidade do Estado?”. O co-director do Departamento Pedagógico do FC Porto classifica a falta de oferta formativa como “um erro crasso”, admitindo que “há insucesso escolar” decorrente da integração dos jovens jogadores nas selecções nacionais, e lembrando que “os torneios internacionais são, precisamente, nas épocas de testes”. “Mesmo que não tivessem actividades lectivas, devia haver algum enquadramento, ou mesmo actividades extracurriculares”, frisou Ângelo Santos, sugerindo as áreas da “formação cívica ou da comunicação”. À margem da conferência, organizada por alunos da Escola Superior de Desporto de Rio Maior, o coordenador do Gabinete de Psicologia do Benfica, Pedro Almeida, avançou com a possibilidade de ser “destacado um professor” para acompanhar os atletas em estágio “não só do futebol, mas para várias modalidades”. Em declarações à Agência Lusa, Pedro Almeida sublinhou a necessidade de ir além dos “instrumentos legais”, como a justificação de faltas e a possibilidade de adiamento de avaliações, no âmbito do estatuto dos Atletas de Alta Competição. “Tudo seria melhor se houvesse uma ligação entre a Federação Portuguesa de Futebol e o Ministério da Educação para criar um dispositivo activo, para quem representa um país não ser prejudicado na sua carreira académica”, reforçou.
in o JOGO