O Comentário de afs

Reviravolta, afinal também se escreve com 2 cês...

Boavista FC 1 – FC Porto 3

O FCP alcançou uma importante vitória no reduto do Boavista, permitindo-lhe manter intactas as suas ambições na luta pelo titulo. Após estar a perder contra a corrente do jogo, a reviravolta aconteceu sob a batuta de 2 cês, Claro porque fez 2 assistências para golo (o primeiro do Alex e o segundo do Caetano) e o próprio Caetano fez o segundo golo e assistiu o Amorim para o terceiro.

Jogo no Estádio do Bessa, com bom tempo para a prática da modalidade, embora com chuva na 2ª parte e excelente assistência.

O FCP promoveu duas alterações no onze inicial. Saiu o Zé Pedro, desceu o Ramon para central, o Sérgio passou para trinco e o Amorim entrou para interior direito com o Dias a interior esquerdo. Saiu o Caetano e entrou o Claro, troca por troca.

GR – Maia

Defesas – Paulinho, Bruno, Ramon e Anjo

Médios – Sergio Oliveira, Dias e Amorim

Avançados – Claro, Filipe e Alex

1ª parte: Nos primeiros 15 minutos os visitantes entraram forte no jogo a querer resolver rapidamente a partida. Sem deixar respirar o adversário foram pressionando no meio campo adversário, criando jogadas de algum perigo eminente, embora sem serem perdidas escandalosas. Volvido o primeiro quarto de hora, os da casa foram soltando-se, e em jogadas de contra golpe foram colocando em sobressalto a defensiva contrária. Sem terem criado oportunidades de golo, foi no primeiro remate à baliza, de cabeça, e após um pontapé de canto que o defesa central do Boavista quase em cima da linha de golo inaugura o marcador. O FCP não acusou o golo e continuou a pressionar o seu adversário até que numa das jogadas de transição rápida, o Claro faz uma excelente jogada individual passando por 3 adversários e isola Alex em zona frontal face ao redes adversário. Este com frieza colocou bem a bola no fundo das redes. Até final do primeiro tempo a toada manteve-se com ascendência do FCP e com o Boavista a tentar ser atrevido, embora sem grande sucesso.

2ª parte: Ao intervalo o Filipe cedeu o lugar ao Caetano. Com a irreverência do Caetano e com o piso molhado devido à chuva o FCP continuou a mandar no jogo, mas agora de forma mais atrevida. Foi em nova arrancada do Claro que a bola é cruzada para o centro da área e sobra para o Caetano que na zona do pénalti, mata no peito e com bom gesto técnico faz o 2-1. Entretanto o Claro lesiona-se e cede o lugar ao Cardoso.

Decorridos poucos minutos e após uma das muitas fugidas do Caetano pelas alas, este levanta bem a cabeça à procura de posicionamentos e descobre o Amorim nas costas da defensiva contrária, este após dominar o esférico, remata à baliza com a bola a sofrer um ressalto no defesa contrário e obtém o 3º. Estava feito o resultado final.

Até ao fim do jogo assistiu-se a uma reacção do Boavista, pois passou a jogar mais no meio campo do FCP, e a criar situações de aperto, embora sem serem grandes oportunidades de golo. Nesta altura o Paulinho estava a sentir algumas dificuldades em travar um jogador mais físico que é o Ismael e ai o treinador, e bem, trocou-o pelo Zé Pedro, no sentido de matar qualquer veleidade.

Análise individual:

Maia – Voltei a confirmar a ideia que tenho formada. Muito bom entre os postes, com excelente reflexos e elasticidade. Muito intranquilo nas saídas aos cruzamentos, principalmente no timing de ataque à bola.

Paulinho – Um dos melhores em campo. As suas arrancadas à Bosingwa são já uma imagem de marca. Tem tido uma excelente evolução desde a sua participação nos jogos da Liga Intercalar. Na primeira parte esteve muito afoito em termos ofensivos, sem nunca comprometer a segurança defensiva. Só precisa de mais algum discernimento na conclusão dos lances, quando cria situações de desequilibrio. Na segunda parte esteve mais contido, também devido ao facto do Ismael ter encostado à esquerda. Num piso molhado e perante um jogador muito forte fisicamente o treinador trocou-o pelo Zé Pedro.

Bruno e Ramon – Surpreendentemente não foram sujeitos a aturado trabalho. Apesar do piso molhado, foram discretos e eficazes com muito poucas falhas. O Ramon tem a vantagem de não ter acusado a adaptação à posição. Falta só perguntar onde estavam os centrais no golo do Boavista.

Anjo - Igual a si próprio, embora um pouco menos eficaz que o costume. Em termos ofensivos não existiu, mas defensivamente não deu muitas “abébias”. Na minha opinião, sentiu mais dificuldades na primeira parte do que na segunda.

Sérgio Oliveira – Desta vez jogou a trinco. Revelou as habituais características, simplicidade de processos, visão de jogo, boa capacidade de circulação, excelente posicionamento táctico e muita entrega ao jogo. No entanto, neste jogo errou mais passes do que o habitual, embora tal não belisque a sua boa actuação.

Dias – Os primeiros 15/20 minutos de cada uma das partes foi quando apresentou maior fulgor. Esteve igual a si próprio, brigão, lutador, muito bem nas bolas altas e nas segundas bolas. O estado do terreno também ajudou as suas características. Trabalhou imenso.

Amorim – É um jogador que aprecio muito, mas hoje não esteve particularmente inspirado, sobretudo no processo ofensivo. Foi sempre pouco esclarecido e travou muito da fluidez que se exigia, o que o levou a muitas perdas de bola por demorar demasiado tempo a soltar a bola.. Compensou com entrega e posicionamento nas tarefas defensivas.

Filipe – Enquanto esteve em campo teve uma boa situação de golo, mas foi sempre presa demasiado fácil para a defensiva contrária. O seu marcador directo tinha quase o dobro do seu tamanho, embora isso não queira dizer nada na prática. Parece-me pouco solto, não sei se estará nas melhores condições físicas.

Claro –Outra grande exibição. O seu forte são as transições rápidas com a bola controlada. É muito difícil de ser desarmado, e neste jogo fez 2 assistências para golo, além de muitas iniciativas individuais importantes. Saiu lesionado dando o lugar ao Cardoso, espero que não seja grave pois é um jogador importante nesta equipa.

Alex – Entrou bem no jogo e com grande dinâmica a jogar no lado direito. Com a bola no pé provocou muitos desequilíbrios individuais. Fez um golo em posição frontal onde revelou frieza em zona de finalização. Com o decorrer do jogo foi perdendo algum fulgor sem deixar de rubricar um bom desempenho em todo o encontro.

Caetano – Entrou ao intervalo para o lugar do Filipe e fez estragos. O jogo para os defesas contrários nunca mais voltou a ser o mesmo. À esquerda, à direita ou ao meio desequilibrou sempre nos limites do fora de jogo. Amarelou o adversário directo, marcou o segundo golo e fez a assistência para o terceiro. Não se pode exigir mais em 40 minutos.

Cardoso – Entrou na segunda parte para o lugar do lesionado Claro e posicionou-se à direita. A sua velocidade criou alguns problemas à defensiva contrária, mas nos momentos críticos as coisas não lhe saíram bem, ou por um toque a mais, ou por mau domínio, ou pelo estado do terreno.

Zé Pedro – Entrou para fechar o lado direito da defesa e anular o Ismael. Numa altura em que o Boavista jogava mais com o coração do que com a cabeça, não deu baldas ao despachar todas as bolas que caiam no seu raio de acção.

Destaques: as exibições do Claro, Paulinho e Caetano sobressaíram numa boa exibição global da equipa.

Como ponto fraco, voltei a verificar os problemas que a equipa sente nas bolas altas quer em cantos, livres bombeados ou cruzamentos em bola corrida.

afs