terça-feira, setembro 09, 2008

O Comentário de afs

BFC 1 – FC Porto 2

Supremacia mal gerida

FC Porto alinhou:

GR – Ruca

Defesa – Bosingwa, Roberto, Raphael e Massari

Meio campo – Dias, Lucas e Josué

Avançados – Diogo Viana, Pipo e Chula

O FC Porto jogou em 4x3x3, com o quarteto defensivo composto por Bosingwa na direita, Roberto e Raphael no eixo da defesa e Massari na esquerda.

O meio campo era composto por um duplo pivot Dias-Lucas com o Josué, mais solto, no apoio ao PL.

Na frente Diogo Viana na esquerda e Chula na direita com algumas trocas de flanco e Pipo, em cunha, entre os centrais.

1ª Parte - a primeira parte cumpriu-se a bom ritmo e com muita entrega. O Boavista jogou muito fechado no seu reduto. com transições rápidas para tentar surpreender a defensiva contrária. A falta de espaços levou a muitas perdas de bola com a ausência de fluidez a marcar a contenda. Neste período o FC Porto vivia dos desequilíbrios individuais do D. Viana e de algumas trocas posicionais entre o Dias e o Chula, embora uma e outra equipa raramente conseguissem entrar no último terço do terreno em condições de almejar a baliza contrária. A primeira parte chegou ao fim com um nulo no marcador que espelhava o que se passou no terreno de jogo, apesar da ligeira supremacia dos forasteiros.

2ª Parte – os segundos 45 minutos começaram com ascendente portista. O jogou começou a abrir-se. As marcações cerradas começaram a ceder e as ocasiões de perigo começaram a aparecer, sempre com maior ascendente dos visitantes. Neste período surgem os 2 golos do FC Porto (Diogo Viana e Chula). Nos minutos seguintes é expulso um jogador do Boavista que o arbitro considerou entrada para cartão vermelho sobre o Bosingwa. Neste 2º tempo, a partida jogou-se a ritmo muito elevado para esta altura da época, embora nem sempre bem jogado e quando se pensava que o resultado estava feito, eis que o Boavista apresenta o seu melhor período, revelando boa condição fisica e mental, associado a um surpreendente desnorte da defensiva portista. O Boavista fez o seu merecido tento de honra e até ao final, numa toada frenética de bola cá, bola lá, o FC Porto esteve por 3 vezes perto de sentenciar o encontro.

Triunfo merecido da equipa portista, mas que não soube gerir a vantagem numérica. O boavista revelou-se uma equipa muito aguerrida e competitiva, que nunca baixou os braços, em particular quando ficou reduzido a 10. Gostei particularmente do nº 11 (extremo esquerdo).

Análise individual:

Ruca – não foi sujeito a grande trabalho. Apenas numa saída a um cruzamento revelou alguma intranquilidade. Sem responsabilidade no golo.

Bosingwa – exibição muito pobre. Apanhou pela frente o melhor dos adversários, mas nunca acertou na marcação. Não fez jus ao nome e até em velocidade foi batido.

Roberto e Raphael – parecem pouco habituados a jogar sob pressão. Sempre que o Boavista pressionou alto, era uma tremedeira. Essa de insistir em sair a jogar quando em pressão é que eu estou para perceber. Ambos têm condições para evoluir pois parecem ter bons pés. No golo do Boavista, permitem que o PL adversário entre no espaço entre os 2 e se isole. Erro de palmatória.

Massari – um lateral esquerdo como há muito não via nas camadas jovens. Ainda tem de afinar algum “timing” nas marcações e adaptar-se ao ritmo de jogo europeu. Mas não engana, rápido, bom pé esquerdo e bom pulmão para cumprir o corredor.

Dias – Acusou na 2ª parte o ritmo que impôs no primeiro tempo, sendo substituído pelo Ramon. Precisa de amadurecer a cultura táctica e a técnica de recepção de bola. Fez um jogo positivo.

Lucas – excelente surpresa. Mais discreto na primeira parte, foi na segunda que se mostrou mais. Boa cultura táctica. Ganhou muitas bolas no meio campo, impondo o seu físico, em especial nas bolas altas e fez algumas dobras preciosas aos centrais e ao LE. Não é muito elegante, mas foi muito útil à equipa.

Josué – na primeira parte não se conseguiu libertar da camisa de forças que o Boavista lhe fez. Na segunda parte, com mais espaço, deu para ver algum do seu futebol, com boas aberturas e boas ocasiões de golo.

Diogo Viana – foi sempre o mais inconformado dos portistas. Notasse uma maturidade futebolística um pouco acima dos seus companheiros. Fez um golo e foi sempre um desequilibrador durante os 90 minutos. Pena é o exagero de tentar resolver as coisas sozinho.

Chula – fez também o gosto ao pé. É um desequilibrador, mas nem sempre deu o melhor seguimento às suas jogadas. Fez valer a sua velocidade de ponta no golo que marcou. Não deve ser tão intermitente no jogo.

Pipo – à semelhança da época passada, volta a fazer a aparição nos juniores quando ainda é juvenil. Desafio a quem quiser para seguir as suas movimentações durante um jogo. Tem movimentos à PL, com inteligência e velocidade, invulgares para a sua idade. Raramente cai em fora de jogo. Teve 3 boas ocasiões de fazer o gosto ao pé.

Alex – entrou para o lugar do Chula, e o melhor que se pode dizer é que foi uma dor de cabeça para o seu marcador directo.

Zé Pedro – entrou para o lugar do Bosingwa e o lado direito da defensiva portista voltou a ganhar alguma tranquilidade.

Ramon – entrou para o lugar do esgotado Dias, para controlar o resultado.

MVP: Diogo Viana e Lucas, este último pela boa 2ª parte.

Não utilizados: Rafa, Claro, Galeão e Vitor