segunda-feira, março 26, 2007

Comentário de AFS

Jogo FCP 3 - Leixões 0 em juniores

Vitória sem mácula, o FCP foi sempre muito superior, foi a única equipa que jogou para vencer. Foi superior em todas as fases do jogo. O Leixões foi uma completa desilusão, pois na primeira volta tinha conseguido vencer o FCP no seu reduto. Até a Académica a jogar no Olival com 10 jogadores importunou mais o Ventura, que este Leixões. Jogou muito encolhido, com pouca ambição, raras vezes chegou à área do Porto e o resultado final podia ter sido mais dilatado, pois o Porto esteve bem mais perto do 4 ou 5 zero que o Leixões de fazer o seu tento de honra.

Bom jogo de toda a equipa do FCP, boa circulação de bola com jogo de sentido único, perante uma bancadas bem compostas no Olival. No Leixões apenas consigo destacar o defesa esquerdo, bem dotado tecnicamente conseguiu bater-se bem com o Candeias.

Equipa: Modelo 4x3x3 com Ventura na baliza, André Santos, Bura, Morais e Hugo Monteiro na defesa, Fábio a trinco, Castro e Rui Pedro a médios interiores, Candeias (Monteiro na 2ª parte) e Ukra (Marco Aurélio na 2ª parte-junior 1º ano) nas Alas e a estreia a titular do servio Nikolas Vasilic na frente (Tiago Silva na 2ª parte).


Análise individual aos jogadores:

Ventura – igual si próprio, esteve seguro e concentrado em todo o jogo. Teve pouco trabalho durante o jogo.

André Santos – Lateral direito muito regular, raramente faz exibições de encher o olho, como também raramente compromete. É um jogador muito certinho a defender e que sabe apoiar o ataque. Tenho uma critica a fazer-lhe, aconteceu 3 ou 4 vezes o central passar-lhe a bola e ele devolver a bola ao central quando tinha um colega isolado na linha com possibilidade de fazer rápidas transições ofensivas. Deve tentar não limitar a sua leitura de jogo ao seu campo de visão natural, antes de receber a bola deve tentar “virar-se” para o jogo, antecipar a colocação dos companheiros de flanco de forma a evitar a postura defensiva, i.e, se não tem a certeza do que se passa fora do seu campo de visão devolve a bola a quem lha passa, e assim por vezes perdem-se grandes oportunidades de apanhar a equipa adversária descompensada.

Bura e Morais – Seguros e concentrados durante todo o jogo. Não foram submetidos a grandes dificuldades, pois o Leixões nunca incomodou verdadeiramente. O Bura ainda se destacou nas acções ofensivas, sobretudo nas bolas aéreas. Teve 2 ou 3 passes longos completamente disparatados.

Hugo Monteiro – Jogador muito voluntarioso. Disputa os lances com muita alma. O facto de jogar com pé direito impede-o de esticar o jogo pelas faixas, pois normalmente flecte para zonas interiores.

Fábio – este jogador tem tanto de útil como de discreto. Bem posicionado, recuperou muitas bolas sem recuros à falta. Tem boa cultura táctica que lhe permite o “timing” certo nas compensações.

Castro – para mim é um regalo ver jogar este jogador. Trata bem a bola, joga no campo todo, sempre de cabeça levantada, intercala a triangulação curta com as aberturas longas. De memória apenas o vi falhar um passe. A influência do costume no jogo da equipa. Há um pormenor neste jogador que me leva a considera-lo o mais maduro desta equipa em termos técnicos e sobretudo tácticos. Sempre que se posiciona para receber a bola, levanta a cabeça para verificar onde está, qual o posicionamento da equipa e dos adversários. Para mim este é um pormenor muito importante e que revela a classe de um jogador, tanto mais que existem muitos seniores (mesmo no plantel A) que não têm este tipo de “hábito”.

Rui Pedro – o MVP deste jogo. Grande jogo, para além dos 2 golos, o primeiro de cabeça a “pentear” a bola por cima o guardião adversário, e o segundo a aproveitar um cruzamento/remate em que consegue dominar a bola à segunda e desfeitear o redes adversário com o pé esquerdo. Grande parte das oportunidades da equipa estiveram ou surgiram dos seus pés. Ver este jogador faz-me lembrar o Totti da Roma, faz golos, desequilibra muito no um para um, encostasse muito bem à linha defensiva jogando no limite do fora de jogo e é excelente nas diagonais com transições em ruptura, normalmente mortiferas. Parece-me um jogador muito humilde. É, de longe o artilheiro mor da equipa.

Candeias – a sua velocidade faz mossa em qualquer equipa adversária. Na primeira parte a grande maioria dos desequilíbrios vieram da sua capacidade de explosão. Então tem uma jogada em que “pega” na bola ainda a meio do meio campo do Porto e embala por ali fora deixa tudo e todos para trás com uma facilidade fantástica, acreditem parece que vai de mota e os outros de bicicleta, só que o passe final foi disparatado. Deve amadurecer tácticamente e psicológicamente e tornar mais consistente a sua intermitência no jogo. Tem condições naturais para ser um grande jogador, vamos ver se a sua cabeça permite subir o último degrau na sua formação.

Ukra – bem menos influente que o seu colega de ala, mas técnicamente é muito bom. Tácticamente pouco rigoroso, pois “esqueceu-se” de fechar o seu flanco algumas vezes.
É um extremo que à semelhança do Hugo (não é canhoto), não estica o jogo até à linha. Os seus desequilíbrios são efectuados quando flecte para zonas interiores. Esteve melhor na segunda parte.

Nikolas – é preciso enquadrar este jogador. Primeiro jogo a titular (tinha feito 2 ou 3 minutos em vila do conde depois lesionou-se), num país diferente do seu de origem, num futebol diferente, dificuldades de entrosamento com a equipa, língua, etc... Primeira parte foi algo discreta, com dificuldade em ganhar as bolas aéreas devido ao tempo de salto, tentou jogar a 1 ou 2 toques mas as coisas não estavam a sair bem com as tabelas a saírem ou muito para a frente ou muito para trás. No entanto revelou bom posicionamento, boas movimentações e sobretudo muita concentração a nível táctico. No segundo tempo acompanhou a melhoria global da equipa esteve muito mais em jogo, acertou o passe nas tabelas e triangulações, segurou a bola quando teve que segurar, isolou com inteligência e por 2 vezes os colegas com passes a rasgar a defesa. Teve 2 ou 3 jogadas em que o Ukra conduz a bola para zonas interiores e tabela com o PL, este como é muito grande e longilíneo consegue sempre a um toque desmarcar o companheiro. Marcou um golo pleno de oportunismo após cabeçada de Rui Pedro a bola sobra e de primeira o Nikolas faz o seu primeiro golo de azul e branco. Teve tempo ainda para falhar um golo feito em que isolado adianta um pouco a bola e permite a intervenção do guarda redes. Para primeiro jogo fiquei bastante agradado, pois a este plantel faltava um jogador com este tipo de características. É júnior de primeiro ano.


1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Já ouvi falar desse DE do Leixões aqui por Lisboa...

11:45 da tarde  

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