O Comentário de afs

Padroense 0 – FC Porto 0
O jogo realizou-se no relvado do Padroense numa manhã de sol com excelente tempo para a prática da modalidade. A bancada apresentarou-se bem composta.
O Padroense jogou em 4x4x2 em vez do do habitual 4x3x3.. Com o Bruno na baliza e a defensiva habitual com a excepção na esquerda, o Branco nem no banco estava (não sei se castigado ou lesionado) sendo substituído pelo Anjo. O meio campo em losango, com Dias a pivot defensivo, Luis Paulo a interior direito, Jefferson a interior esquerdo e Diogo na posição 10. Na frente, com liberdade de movimentação, jogaram o Sergio e o Claro.
O FC Porto apresentou mesmo onze do último jogo, com a única alteração a resumir-se ao Coutinho que substituiu o Vieira na direita da defesa. Os primeiros 15/20 minutos da primeira parte revelaram um maior ascendente do FC Porto, mas o Padroense conseguiu equilibrar o jogo, passando o jogar-se numa toada de parada e resposta. A primeira parte pode resumir-se a Figueiredo 2 e Sergio 2, tais foram as oportunidades claras de jogo que ambos falharam isolados. A melhor entrada em campo do FC Porto deveu-se aos desequilíbrios que o seu trio de avançados conseguiu fazer. Alex na esquerda, o Figas na direita e o Caetano no meio, enquanto conseguiram desequilibrar mantiveram a defensiva do Padroense com algum alvoroço. Passados estes momentos de alguma pressão, o meio campo do Padroense começou controlar mais o jogo e os defesas e meio campo começaram a acertar as marcações. Na segunda parte e quando se esperaria uma entrada forte do FC Porto pois a vitoria garantiria praticamente o apuramento, foi o meio campo do Padroense que assumiu as despesas do jogo e nunca se deixou subjugar pelo adversário. A opção do FC Porto de meter a bola no trio de desequilibradores nunca funcionou, pois para além do maior acerto das respectivas marcações, estes começavam a acusar algum desgaste físico.
Na parte final e com as alterações operadas nos portistas viu-se uma pequena tentativa de chegar ao golo, com o perigo a rondar a baliza de Bruno, mas o ligeiro ascendente não foi suficiente para justificar a vitória. Eu estou mal colocado mas parece-me que existe um penalty sobre o Matos já nos descontos. Confesso que se fosse marcado seria uma tremenda injustiça para os miúdos do Padroense. Em resumo, dá mais gozo o futebol da equipa do Padroense, com melhor troca de bola, maior circulação, com jogadas com principio, meio e fim. O FC Porto usa e abusa do futebol directo para o seu trio de desequilibradores. Nunca conseguiu dominar a zona central do terreno, e todos sabemos que quando uma equipa não consegue ganhar a luta do meio campo é meio caminho para não vencer o jogo. Se o problema é o meio campo o que é feito de 2 jogadores que vi jogar no torneio do Inter Milheiros e que me parecem ter qualidade para fazer parte do leque de opções: um pivot defensivo de nome Daniel e um médio interior esquerdo alto, esguio, raçudo e com bom pé esquerdo de nome Ricardo (cenoura)?

Padroense:
GR: o Bruno esteve bem sempre que interviu, em especial uma defesa a um remate isolado do Figas. Não teve falhas no jogo.

Defesa: no geral esteve um pouco melhor que o costume, especialmente com os centrais a não darem “baldas”. Os laterais estiveram abnegados, embora não seja fácil parar o Alex e o Figas. Para mim, o que esteve melhor foi o Paulinho. Gosto deste miúdo.

Meio campo: fruto da troca posicional do Dias e Luís Paulo, os primeiros 15/20 minutos não estiveram muito bem, em especial este último, com algum desacerto nas marcações e nos passes. Depois de acertarem as posições assumiram o jogo e fizeram uma grande partida, sobretudo o Dias. Varreu a zona à frente da defesa, com muita garra. Usou o físico para impor a sua presença. Recuperou imensas bolas. Percebi perfeitamente a ideia do treinador do Padroense quando o colocou a jogar naquela posição. Roubar espaço a quem fornecia jogo ao Caetano e ganhar as segundas bolas. O Jefferson cumpriu tacticamente e bateu-se bem, embora não sendo muito regular no jogo. O Diogo esteve muito bem na construção de jogo. Com a bola no pé e rente à relva é muito bom, consegue esconder a bola apesar de franzino. Notasse que a bola se sente bem nos seus pés. Não teve receio de assumir os desequilíbrios e arrancou algumas faltas ao adversário.
Avançados: O Sergio esteve mais inconformado que o Claro. Teve por 2 ocasiões o golo nos pés. É um jogador que quando lançado em velocidade se torna difícil de ser travado. O Claro voltou a estar algo discreto, embora uns furos acima do último jogo que lhe vi fazer. Pode e sabe fazer muito melhor.
As substituições de Diogo, Sergio e Jefferson por Abel, Rui e Reuss, respectivamente, serviram para refrescar os jogadores mais desgastados e ajudar a segurar o nulo.

FC Porto
GR: o Ruca quase comprometia neste jogo. Teve 2/3 falhas que são pouco admissíveis e só não deram golo por muita sorte. Muito inseguro nas bolas aéreas. Nos restantes lances revelou a concentração habitual.

Defesa: sinceramente não consigo destacar ninguém acima da mediania. Ninguém comprometeu, nem ninguém se destacou. Os centrais estiveram certinhos nas marcações e intranquilos com a bola nos pés. O habitual.

Meio campo: o Ramon voltou a ter pouca influência no jogo. Parece-me algo lento, o que dificulta as recuperações nas segundas bola. Não me parece que traga mais valia à equipa. Recuperou uma ou outra bola, perdeu outras tantas. Não foi imperial no jogo aéreo. Não varreu a sua zona de acção com autoridade. Parece sempre um pouco desposicionado e a sua falta de velocidade não permite recuperar atempadamente. Comparado com o Dias esteve muitos furos abaixo.
O Fillipi esteve completamente desastrado. Foi o pior jogo que lhe vi fazer. Tem capacidade para por a bola na relva, mas nem isso conseguiu fazer. Foi responsável por um grande numero de perdas de bola e passes transviados. É um jogador do qual até tenho boa impressão. Tenho dificuldade em perceber como é que conseguiu acabar em campo, mesmo para proteger o jogador.
O Joni ainda tentou remar contra a maré, mas a diferença para ao meio campo adversário era tanta que a sua entrega não mais serviu do que minorar aquela diferença. Foi o menos mau.

Avançados: é o sector mais forte da equipa. Não funciona à custa de movimentos colectivos mas sim por acções individuais. Quase todas as acções de desequilíbrio ofensivo tiveram por base acções individuais. Neste particular, os 3 avançados fizeram uso dos seus trunfos, os desequilíbrios no um para um. Mesmo assim o mais inconformado foi o Figas, bem secundado pelo Alex, na primeira parte. O Caetano esteve bem menos inspirado que o costume. Na minha opinião quem deveria ter sido o primeiro a sair deveria ter sido o Alex ou o Caetano, nunca o Figas. Mas depois do jogo é muito mais fácil falar. Na segunda parte, o FCP meteu toda a artilharia pesada o Fernando, o Matos e o Josué. A equipa fez um ligeiro pressing final mas sem nunca estabelecer um claro ascendente sobre o adversário nem criou situações claras de perigo.
Melhor do Padroense: Ricardo Dias.
Melhor do FCP: Figas, enquanto esteve em campo.
Melhor em campo: Ricardo Dias.